Entenda os principais desafios para se implementar uma agrofloresta

Entenda os principais desafios para se implementar uma agrofloresta. agroRESET

Sustentáveis e lucrativos, os Sistemas Agroflorestais possuem características únicas que o produtor deve considerar

Anteriormente, o Agroreset explicou o que são as agroflorestas, também conhecidas como Sistemas Agroflorestais (SAFs), e seus benefícios ambientais, sociais e econômicos. Mostrou também como são viáveis do ponto de vista do retorno financeiro e que inclusive podem dar mais retorno do que a monocultura de soja, por exemplo. Agora é o momento de abordar também os seus principais desafios.

Pensando de maneira abrangente sobre o assunto, os três principais desafios para implementar um projeto agroflorestal são escala, financiamento e assistência técnica.

Em relação a escala, não é possível, ainda, competir com uma monocultura de soja de 200 mil hectares, por exemplo. Mas os Sistemas Agroflorestais estão avançando e isso tornará possível que um dia surjam fazendas agroflorestais capazes de suplantar as monoculturas. Com a vantagem de diversificação de produções. Afinal, em uma mesma área é possível cultivar diferentes grãos, hortaliças, frutas e verduras, além de se dedicar à criação de animais e ovos.

O financiamento representa um gargalo, pois as agroflorestas levam dois anos para apresentar retorno financeiro e requerem um investimento inicial que pode chegar a R$ 15 mil por hectare. Nesse ponto abrem-se oportunidades, por exemplo, para fundos de investimento especializados.

Por fim, as agroflorestas requerem técnicas e conhecimentos específicos, diferentes daqueles da agricultura tradicional, com os quais os produtores geralmente estão mais familiarizados. Por esse motivo, é importante haver organizações que prestem a assistência técnica necessária para eles.

Outras questões a serem consideradas para a implementação de uma agrofloresta

Além desses três macro desafios, é importante avaliar outros aspectos no planejamento de um sistema agroflorestal. A Embrapa recomenda considerar os seguintes itens:

  • Objetivo do produtor: definir qual ou quais são os seus objetivos, que podem incluir tanto produtos como serviços;
  • Solo: limitações químicas, físicas e histórico de uso;
  • Clima: temperaturas mínimas e máximas, precipitação, período de estiagem e distribuição das chuvas;
  • Espécies: seleção rigorosa que avalie a resistência/ tolerância a pragas e doenças e adaptação ao solo e clima local;
  • Arranjos: valorizar o conhecimento da cultura local em relação aos consórcios entre floresta e lavoura;
  • Mercado: conhecimento do consumidor em potencial, assim como de fornecedores de insumos e serviços;
  • Operacional: infraestrutura existente, capacidade logística e gerencial e assistência técnica;
  • Custos: tanto financeiros como recursos humanos (mão de obra);
  • Calendário de atividades
  • Escoamento da produção
  • Legislação ambiental: especial atenção às leis que incidem sobre Áreas de Preservação Permanente (APPs), Áreas de Reserva Legal (ARLs) e o bioma em que a propriedade se localiza.

Foto: CNA/ Senar

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