Captação de R$ 35 mi financiará a produção de ovos orgânicos pelos próximos quatro anos
Em abril passado, a Fazenda da Toca emitiu o primeiro CRA com selo verde no segmento “avícula” no Brasil. Isso faz parte de um movimento iniciado com a fundação da empresa, em 2009, que desde então tem se consolidado como a maior produtora de ovos orgânicos da América Latina e um polo de produção orgânica em larga escala. Os trinta e cinco milhões de reais captados financiarão, pelos próximos quatro anos, a expansão da produção de ovos orgânicos respeitando os mais elevados padrões de bem-estar animal.
Para obtenção do selo verde, o processo produtivo da Fazenda da Toca foi auditado de acordo com os protocolos de produção Orgânica e Bem Estar Animal adotados mundialmente. Outro benefício ambiental será o financiamento do projeto de Carbon Free. O qual prevê o reflorestamento de uma área de 22 hectares até 2023, neutralizando 100% das emissões de Gases do Efeito Estufa advindas do sistema produtivo.
“Essa operação tem muito significado não só para a Fazenda da Toca, mas para todo o segmento de orgânicos no Brasil. É uma demonstração evidente de que os investimentos estão cada vez mais orientados para projetos regenerativos e sustentáveis, o que abre um vasto horizonte de crescimento para o nosso setor. Esse tipo de captação é o encontro perfeito entre retorno financeiro e viabilidade econômica com impacto ambiental e social positivo”, afirma Pedro Paulo Diniz, sócio-fundador da Fazenda da Toca e da Rizoma Agro.
Fazenda da Toca acumula reconhecimentos no mercado sustentável e de impacto
Os produtos da empresa vêm com a certificação Certified Humane – Bem Estar Animal. A empresa também é reconhecida pelo Sistema B como Best for the World na categoria Envirionment e é listada como Empresa Humanizada pelo Instituto Capitalismo Consciente Brasil. Entre seus pares no Sistema B estão empresas como a Natura, Daterra Coffee e Mãe Terra. Já como Empresa Humanizada se encontra ao lado, por exemplo, de Reserva, Grupo Jacto e Grupo Boticário.
A empresa mantém diversos programas ambientais e sociais. Como é o caso da reciclagem de 100% das suas embalagens em parceria com a Eureciclo. E já foi considerada por três anos consecutivos um excelente lugar para se trabalhar segundo o ranking Great Place to Work.
Também apoia e patrocina o Movimento Orgânico Solidário, que compra alimentos orgânicos diretamente e produtores, com os quais monta cestas que são distribuídas gratuitamente para famílias em situação de vulnerabilidade.
“O green bond é uma grande chancela para o nosso modelo de negócio, uma vez que o processo de obtenção do selo é altamente exigente nos quesitos de sustentabilidade. Desde a fundação da Fazenda da Toca, sempre direcionamos a nossa gestão para ações de impacto, como o Carbon Free e muitas outras. E hoje vemos que essa foi uma decisão acertada porque nos qualifica como uma opção de investimento atraente na área de ESG [Environment, Social, Governance], que é a grande tendência do mercado”, diz Fernando Bicaletto, CEO da Fazenda da Toca.
Quem esteve envolvido para a emissão do título verde?
A Fazenda da Toca contou com o apoio da Necton Investimentos e do Grupo Ecoagro.
Fundada em dezembro de 2018, a Necton é uma corretora de valores recém-adquirida pelo BTG Pactual. Atende mais de 70 mil clientes, com recursos sob gestão na ordem de R$ 19 bilhões. Foi ela a responsável por viabilizar a operação para captação dos recursos.
A Ecoagro, grupo que atua como elo entre a cadeia produtiva do agronegócio e o mercado de capitais, foi responsável por estruturar o CRA Verde da Toca.
CRAs se consolidam como títulos verdes no Brasil
O AgroReset já afirmou anteriormente que os CRAs estão se viabilizando como títulos verdes para o agronegócio sustentável e regenerativo. O exemplo da Fazenda da Toca reforça essa constatação.
Muitos outros exemplos devem ser surgir em breve, principalmente após o BNDES ter lançado o CRA Garantido. Uma vez que o BNDES entre como garantidor das operações, isso gerará mais concorrência e reduzirá os riscos para os investidores e também as taxas de juros para os produtores. Com esse necessário, os CRAs verdes devem se tornar mais comuns, impulsionando o agro sustentável e regenerativo.